28.07.202315:01:00UTC+00Inflação alemã desacelera para 6,2% em julho.

A inflação ao consumidor da Alemanha desacelerou em julho, após ter acelerado no mês anterior, principalmente devido ao crescimento mais lento dos preços dos alimentos e dos serviços, segundo dados preliminares da agência de estatísticas Destatis divulgados nesta sexta-feira. O índice de preços ao consumidor (IPC) subiu 6,2% em base anual, após um aumento de 6,4% em junho. O resultado foi em linha com as expectativas dos economistas. Excluindo os preços dos alimentos e da energia, o IPC de núcleo subiu 5,5% no ano, após um aumento de 5,8% no mês anterior. A inflação de serviços desacelerou para 5,2%, de 5,3%. O efeito base causado pela disponibilidade do bilhete de 9 euros de junho a agosto de 2022 ainda tem um impacto nos preços dos serviços, disse a Destatis. Os preços dos alimentos subiram 11,0% em base anual, acima da média, o que foi mais lento do que o aumento de 13,7% no mês anterior. A inflação da energia acelerou para 5,7%, de 3,0%, principalmente devido a um efeito base causado por uma queda em julho de 2022 que foi devido à abolição da sobretaxa EEG como parte do terceiro pacote de alívio do governo federal, disse a Destatis. Em comparação com o mês anterior, os preços ao consumidor subiram 0,3% em julho, o mesmo que em junho e em linha com as expectativas. A inflação com base no índice harmonizado de preços ao consumidor (IHPC), também desacelerou em julho, para 6,5%, de 6,8% em junho. Os economistas projetavam inflação de 6,6%. Em base mensal, o indicador da UE de inflação subiu 0,5% em julho, após um aumento de 0,4% em junho. A taxa de crescimento correspondeu às expectativas. "Com os preços da energia ainda abaixo do esperado, a queda dos preços dos alimentos e a atenuação das pressões dos preços na linha de produção nos setores de serviços e manufatura, a inflação na Alemanha e na zona do euro pode cair mais rápido do que o esperado pelo BCE, pelo menos após o verão", disse o economista do ING, Carsten Brzeski, citando os dados de inflação regional que foram divulgados antes dos dados da Destatis para todo o país. O economista disse que é provável que a inflação de serviços esteja em sua última etapa, principalmente no turismo. O ING espera que a inflação na Alemanha caia para cerca de 3% no final do ano. A economia alemã se estabilizou no segundo trimestre, com o consumo privado ajudando a interromper a recessão, segundo dados oficiais divulgados anteriormente nesta sexta-feira. O produto interno bruto (PIB) permaneceu estável no segundo trimestre, após uma queda de 0,1% no primeiro trimestre e um declínio de 0,4% no quarto trimestre de 2022, segundo a Destatis. O PIB era esperado para subir 0,1%. A Destatis disse que os gastos das famílias se estabilizaram no segundo trimestre, após o fraco semestre de inverno. O Banco Central Europeu (BCE) elevou suas taxas de juros em 0,25 ponto percentual na quinta-feira, pois a inflação ainda é esperada para permanecer alta por muito tempo. No entanto, a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que os formuladores de políticas estão com a mente aberta quanto a futuras decisões de política e que se apegarão a uma abordagem dependente de dados. Isso, e a omissão da redação anterior de que havia mais terreno a ser coberto na luta contra a inflação, desencadearam especulações de que o BCE está se preparando para uma pausa no ciclo de alta de juros já em setembro. Brzeski afirmou que quanto mais rápido o agravamento da perspectiva de crescimento e a tendência desinflacionária, maior seria a chance de uma pausa nas decisões. Ele também mencionou o oposto, ou seja, que uma recuperação rápida poderia influenciar de forma diferente as decisões. O Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou nesta semana que a economia alemã encolheria 0,3% neste ano antes de se recuperar 1,3% em 2024.