02.01.202411:19:00UTC+00Manufatura da zona do euro permanece em território de contração.

O setor industrial da zona do euro encerrou o ano em território de contração devido a uma queda sustentada no volume de novos pedidos e na produção, reforçando a ideia de que a região pode ter entrado em recessão no final de 2023. De acordo com dados da pesquisa da S&P Global divulgados na terça-feira, o índice final de gerentes de compras do setor industrial HCOB subiu de 44,2 em novembro para 44,4 em dezembro. Apesar de a leitura continuar abaixo da marca neutra de 50,0, indicando contração, foi a leitura mais alta em sete meses, superando a estimativa inicial de estagnação em 44,2. Cyrus de la Rubia, economista-chefe do HCOB, indicou que o modelo Nowcast deles está alinhado com essa visão pessimista, apontando uma forte possibilidade de contração do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre. Ele salientou que, se essa previsão se confirmar, seria preocupante para a zona do euro, sugerindo que a região entrou em recessão no terceiro trimestre. A produção das fábricas contraiu-se em um ritmo mais rápido em dezembro, com a falta de novos negócios continuando a restringi-la. Embora o declínio nos novos negócios tenha sido o mais suave em sete meses, foi geralmente acentuado. As vendas de exportação continuaram em queda há quase dois anos. As empresas conseguiram diminuir os pedidos atrasados, mas a demanda permaneceu fraca. Apesar do volume de trabalhos pendentes ter diminuído ainda mais, a taxa de redução foi a mais lenta desde maio. O nível de emprego continuou a declinar, acompanhando essa tendência. As empresas reduziram consideravelmente a compra de insumos, e o declínio foi o menor em sete meses. Os estoques de compras foram reduzidos mais rapidamente. Os dados sugeriram uma melhora adicional nos prazos de entrega dos fornecedores. Os fabricantes manifestaram mais confiança em suas perspectivas de produção. No entanto, o nível predominante de otimismo foi moderado em comparação com dados históricos. Quanto aos preços, a pesquisa indicou que os preços de insumos e produtos diminuíram, mas a uma taxa menos acentuada, em oito e sete meses, respectivamente. O aumento marginal no índice principal refletiu principalmente uma deterioração menos severa na Alemanha e na Itália. A França, por sua vez, registrou a piora mais intensa das condições de negócios em mais de três anos e meio. Na Alemanha, o PMI do setor industrial alcançou 43,3, acima dos 42,6 registrados em novembro e também superando a leitura provisória de 43,1. A produção e o nível de emprego registraram quedas mais acentuadas, enquanto os indicadores avançados mantiveram-se em uma trajetória ascendente. Na Itália, o PMI industrial subiu para 45,3, superando a expectativa de manutenção em 44,4. Apesar do nono mês consecutivo de encolhimento, a deterioração foi a menos acentuada dos últimos três meses. Por outro lado, a atividade industrial na França se deteriorou ainda mais em dezembro, com quedas mais rápidas na produção, volume de novos pedidos e atividade de compras. O PMI industrial final caiu para 42,1 em relação aos 42,9 registrados um mês antes, ficando em linha com o resultado provisório de 42,0. Na Espanha, o PMI industrial registrou 46,2, ligeiramente abaixo dos 46,3 registrados um mês antes e da previsão de 47,0. No entanto, a contração na Espanha foi menos acentuada do que nas outras três grandes economias.